sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Helenismo

Helenismo

Chama-se período helenístico (palavra que vem do grego, hellenizein – a qual significa: "falar grego" ou "viver como os gregos") o período da história da Grécia que fica entre a morte de Alexandre III (O Grande) da Macedônia em 323 a.C. e a anexação da península grega e ilhas por Roma em 147 a.C.. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava. Foi naquele período que as ciências particulares têm seu primeiro e grande desenvolvimento. Foi o tempo de Euclides e Arquimedes. O helenismo marcou um período de transição da hegemonia da Grécia Clássica para o domínio e apogeu de Roma.
Durante o Helenismo foram fundadas várias cidades de cultura grega, entre elas Alexandria e Antioquia, capitais do Egito ptolemaico e do Império Selêucida, respectivamente.
Síntese da evolução histórica
Em 336 a.C., Alexandre, o Grande, filho de Filipe II tornou-se rei da Macedônia e dois anos depois senhor de toda a Grécia. Durante o seu curto reinado de treze anos (entre 336 e 323 a.C.), Alexandre realizou a conquista de territórios mais rápida e espetacular da Antiguidade.
Procurando realizar o sonho do seu pai, Alexandre lançou-se na conquista do Império Persa aqueménida de Dario III, que na época governava praticamente todo o Médio Oriente. Bastariam quatro anos e três batalhas (Granico, Issus e Gaugamela) para derrotar o soberano. Os três anos que se seguiram, até 327 a.C., foram dedicados à conquista das satrapias (nome dado às divisões político-administrativas do Império Persa) da Ásia Central; por volta de 325 a.C. Alexandre já se achava no Vale do Indo. Segundo o que se pensa, o macedônio pretendia ir até o Ganges, mas seus soldados recusaram-se a avançar mais, sendo Alexandre forçado a ordenar o regresso.
Alexandre associou as antigas classes indigentes do Império Aquemênida à estrutura de governo do seu império. Pretendia assim criar um grande estado multiétnico, onde a herança grega e macedônica coexistiria com a herança persa e asiática. A morte prematura do rei, aos trinta e três anos, deu por terminado este original projeto, na época criticado por macedônios e gregos.
A morte de Alexandre, o Grande não deixou clara a questão da sua sucessão. Entre os generais de Alexandre esboçaram-se duas tendências: uma que desejava manter a unidade do império (em memória de Alexandre e da sua família) e outra que pretendia dividi-lo. Nas quatro décadas seguintes, entre 323 a.C. e 280 a.C., os generais de Alexandre enfrentaram-se em lutas que visavam afirmar diferentes objetivos.
Os reinos helenísticos acabaram por ser progressivamente integrados naquilo que se tornou depois o Império Romano, através da conquista ou por doação. Pérgamo tornou-se, em 200 a.C.
O penúltimo rei da dinastia dos Antígonas, Filipe V, cometeu o erro de aliar-se ao cartaginense Aníbal na contenda contra Roma, sendo derrotado na Batalha de Cinoscéfalos pelos Romanos em 197 a.C.. O seu filho, Perseu, perdeu a Batalha de Pidna (168 a.C.) que visava desforrar a derrota do seu pai, levando ao desaparecimento da dinastia. A Macedônia tornou-se província romana em 146 a.C.
A ciência na era helenística
A ciência alcançou um grande desenvolvimento no período helenístico, não sendo ultrapassada nas suas realizações durante muitos séculos.
Na medicina, destacaram-se Herófilo e Erasístrato, que viveram em Alexandria na primeira metade do século III a.C.. Herófilo, considerado o fundador da anatomia, recusou-se a aceitar os dogmas estabelecidos, atribuindo maior importância à observação direta. Fez estudos importantes no campo da frenologia, tendo feito a distinção entre cérebro e cerebelo. Descreveu também o duodeno, o pâncreas e a próstata e descobriu o ritmo do pulso, apresentando lei matemática para a sístole e a diástole.
Erasístrato, considerado o iniciador da fisiologia, salientou-se pelo estudo dos vasos sanguíneos e da circulação do sangue. Descreveu também os pulmões.
Na matemática, Euclides de Alexandria, autor de Elementos, lançou nesta obra as bases da geometria como ciência. Apolônio de Perga estuda as seções cônicas. Mas o maior matemático foi Arquimedes de Siracusa (c.287 a.C.-212 a.C.) que inventou o cálculo integral e descobriu a lei da impulsão, tendo realizado também algumas invenções (planetário, bomba aspirante).
Na astronomia, Aristarco de Samos (c.310 a.C.-230 a.C.) defendeu que o Sol era o centro do sistema planetário (heliocentrismo), teoria que gerou polêmica na época e foi contestada por Arquimedes e Hiparco de Niceia. Este último foi responsável pela atribuição ao ano solar da duração de 365 dias, 5 horas, 55 minutos e 12 segundos, um cálculo errado apenas por 6 minutos e 26 segundos. Eratóstenes de Cirene (c.275 a.C.-194 a.C.) descreveu a Via Láctea e organizou a geografia como ciência. Também a história teve desenvolvimento com Políbio, que capturado pelos romanos, descreveu a destruição de Cartago. Deve-se a ele o registro de diversas informações que permitiram preservar, embora de forma tênue, o legado cultural da principal inimiga de Roma.
Arte
A arte helenística encontrava-se ao serviço dos soberanos e das classes sociais mais ricas, apresentando inovações técnicas e temáticas.
Na arquitetura se detectou uma influência oriental, presente no aparecimento do arco e da abóbada. Vulgarizou-se o uso do capitel coríntio (templo de Zeus Olímpico em Atenas). Os grandes edifícios da era são de natureza secular (teatros, estádios).
Pérgamo foi um dos principais centros de produção escultórica. O patético e o teatral estão patentes em obras como Laocoonte, ao mesmo tempo em que se nota um reviver do idealismo clássico (Vênus de Milo, Vitória de Samotrácia). Como novidade surge a representação da infância, da velhice, da dor, da ira, das diferenças raciais. Outro aspecto explorado nesta era foi a representação de alegorias, como a Tyche de Eutíquides, personificação da cidade síria de Antioquia.
A pintura perdeu-se quase na totalidade, sendo apenas certo que neste período começa a representarem-se as paisagens.
Filosofia helenística
Para a filosofia, o helenismo marcou o surgimento de um novo período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com a morte de Alexandre, em 323 a.C.). Durante este período o pensamento filosófico evoluiu para o individualismo moralista das escolas filosóficas do período clássico grego, tais como Estoicismo, o Epicurismo, Ceticismo e o Cinismo, principalmente.
É nesse período do pensamento ocidental que a filosofia se expande da Grécia para outros centros como Roma e Alexandria.
Literatura
Parte considerável da literatura do período helenístico perdeu-se com o incêndio da biblioteca de Alexandria, restando muitos fragmentos de obras.
Na poesia, destacaram-se dois nomes: Calímaco (c.305-c.240 a.C.), autor de hinos, epigramas e de dois poemas épicos (Hécale e Aitia), e Teócrito (c.300-206 a.C.), criador do gênero pastoril (idílios).
No teatro, surgiu a Comédia Nova, que retratava as paixões dos cidadãos comuns, fazendo uma crítica aos costumes. O principal representante desta nova tendência da comédia grega foi Menandro.
Baseado nas seguintes fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=541
Acessadas em 25/08/2009.

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