sexta-feira, 19 de junho de 2009

Atividades sobre a Grécia Antiga

Abordagens para “Os Primeiros tempos da democracia grega e o regime democrático ateniense na época clássica”

Abaixo estão algumas respostas possíveis ao questionamento propostos em classe. Leia e discuta com os colegas e o professor.

1 – Sobre a mídia e as referências à Grécia Antiga:
A mídia (com o significado de meios de comunicação) menciona a Grécia Antiga muitas vezes. Recentemente o cinema produziu filmes como “300”, “Tróia”, “Alexandre” em que a temática da Grécia Antiga em diferentes períodos é feita. O Período Clássico, das Guerras Médicas onde o conflito entre gregos e o Império Persa é tratado no filme “300”, mostrando o heroísmo e a violência do período é explorada com imagens muito parecidas com as de um vídeo-game. O Período Pré-Homérico é abordado em “Tróia” mostrando o rapto de Helena por Páris e a atuação do herói Aquiles (Brad Pitt). Já no filme “Alexandre” o diretor Oliver Stone faz um retrato interessante do mitológico Alexandre o Grande da Macedâona no Período Helenístico.
Já a televisão trata mais raramente do tema, por exemplo, em alguns desenhos e mini-séries, como Hércules. Também, eventualmente, em alguns episódios de outras séries tanto de desenhos como de filmes: episódio de “Pica Pau”, de Walt Disney, séries de televisão como “Jornada nas Estrelas” e eventualmente em documentários da “Geographic Channel”.

2 – Sobre o texto de Tucídides, Definição de Democracia (História da Guerra do Peloponeso) da página 5 da apostila do 2º Bimestre:
Segundo o historiador grego Tucídides, a democracia de Atenas é o regime perfeito, modelo a ser seguido por todos, valorizando os poderes da cidadania, sua liberdade e igualdade, perante a lei. No entanto, é importante perceber que a idéia de democracia na Grécia Antiga é diferente da atual, a maioria não é a de todos, mas apenas a maior parte dos homens, adultos e com riqueza suficiente para adquirir o equipamento militar. Portanto, não se trata de concordar ou discordar da concepção da democracia da antiguidade. É preciso perceber que é diferente o conceito de democracia que temos na atualidade e a idéia da democracia na sociedade ateniese. No caso grego, a maioria era de homens, não de toda a população, logo, mulheres, escravos, pobres e crianças e jovens estavam excluídos. Hoje, por exemplo, no Brasil, são cidadãos todos os portadores de título de eleitor, ou seja, todos os que podem votar: homens, mulheres e jovens entre 16 e 18 anos, sem nenhuma exclusão quanto a cor da pele, religião, sexo. Exige-se apenas que seja nascido no Brasil ou naturalizado brasileiro. Na antiga Grécia, cabia às minorias acatar e obedecer a vontade da maioria, o que na atualidade não é aceito de maneira unânime. As minorias derrotadas organizam-se para tentar modificar a situação dominante. Com relação à exclusão e inclusão, na Antiguidade, estavam excluídos todos aqueles que fossem diferentes, não incluindo, ou aceitando pessoas que fisicamente ou mesmo ideologicamente fossem diferentes da maioria. Já, na atualidade, os que possuem alguma diferença física ou mesmo ideológica tratam de se organizar para fazer valer os seus direitos.
3 – Sobre os textos de Pedro Paulo Funari (Definição de polis) e Norberto Luiz Guarinello (Especificidade das cidades-Estado) da página 7 da apostila do 2º Bimestre:
A polis grega, segundo Funari é uma pequeno estado com o povo – demos – formando uma comunidade, ou seja várias pessoas submetidas aos mesmos costumes fundamentais e unidos por um culto comum. Propõe a seguinte divisão famílias, formando frátrias, estas formando tribos que, por sua vez formam clãs, portanto unindo os membros da polis, assim, os moradores consideram-se como parentes.
Já para Guarinello as cidades-Estado seriam unidades territoriais de diferentes em tamanhos, riqueza, história e soluções, onde os moradores são apenas habitantes da cidade.
4 – Sobre o texto de Aristóteles (A Constituição de Atenas) das páginas 7 e 8 da apostila do 2º Bimestre:
Pode-se perceber que a democracia em Atenas era apenas para aqueles que tivessem como adquirir os equipamentos militares necessários para pertencer ao exército. Os cargos políticos que aparecem neste texto são: Arcontes e tesoureiros, Estrategos, Hiparcos, Pritanos, como magistrados e membros do Conselho do Areóogo e da Assembléia, os Pentacosiomedímneio, Cavaleiros e Zeugitas. Todos deveriam ter mais de 30 anos, propriedade de terras.
5 – Sobre o texto de Moses Finley sobre Esparta (Usos e Abusos da História) da página 10 da apostila do 2º Bimestre:
Em Esparta, parecido com Atenas, eram cidadãos apenas os que possuíssem riqueza em terras. Dessa forma, os trabalhos produtivos eram dos súditos (súdito é diferente de cidadão, pois ele apenas deve cumprir as leis, não pode participar de nenhuma forma da elaboração delas). Assim os súditos “hilotas”, os pobres nascidos em Esparta e os “periecos”, pobres vindos de outros lugares tinham os trabalhos produtivos.
A motivação militarista da sociedade espartana deve-se à necessidade de manter a ordem interna, impedindo que os súditos se revoltem, além é claro da rígida formação escolar dada os cidadãos, que por viverem em segurança econômica e serem independentes quanto à preocupação de ordem econômica não precisavam trabalhar.
Finalmente, a vida social e pública em Esparta era composta apenas de homens, conformados e muito solidários com as pessoas de seu grupo social, ou seja aos seus iguais.
FONTES:
Cadernos do Professor - Ciências Humans e suas tecnologias História 1ª Série, volume 2, 2009;
LeGoff, Jacques, História e Memória, Editora da Unicamp, 2003;
Vidal-Naquet, Pierre, Os Gregos, os Historiadores, a Democracia - O grande desvio, Editora Cia. das Letras, 2002;
Lévèque, Pierre, A Aventura Grega, Edições Cosmos, 1967.

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